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Nasci em Ponta Grossa, cidade próxima de Curitiba, no Paraná. Filho de um bancário e uma dona de casa, eu e meus dois irmãos mudávamos de cidade a cada dois anos. Maringá, também no Paraná, foi a cidade onde morei por mais tempo e onde comecei a cursar Engenharia Química na Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 1995. No segundo ano do curso, fui apresentado ao mundo da Catálise Heterogênea pela professora Nádia Machado. Roberta Domingues e eu formamos uma dupla dinâmica de bolsistas de Iniciação Científica, para o desenvolvimento de catalisadores aplicados à conversão de etanol em combustíveis e hidrogênio.
Em 2000, minha jornada continuou com o mestrado em Engenharia Química, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Junto com o pesquisador Leandro Martins, desenvolvemos catalisadores zeolíticos para a conversão de NOx, sob a orientação do professor Ernesto Urquieta-González. Tirei férias da Catálise em 2003, quando o professor Lúcio Cardoso Filho me apresentou ao seu colega Sandro da Rocha.
A nova jornada era na área de Colóides e Interfaces, desenvolvendo moléculas carregadoras de medicamentos para bombinhas de asma, com foco no tratamento de câncer e diabetes. Foram cinco anos de doutorado na Wayne State University (WSU) em Detroit, MI, nos Estados Unidos. Entretanto, o amor pela Catálise falou mais alto, e, como pós-doutor na Brigham Young University (BYU) em Provo, UT, nos Estados Unidos, sob a orientação dos professores William Hecker e Calvin Bartholomew, desenvolvemos catalisadores para a reação de Fischer-Tropsch até 2010.
Chegou a hora de voltar ao Brasil e à família como pesquisador no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), com o apoio da minha amiga Sania Maria de Lima. Junto com Fábio Bellot, desenvolvemos catalisadores para a oxidação parcial do metano com a Petrobras em 2010. No entanto, no mesmo ano, me tornei pesquisador da petroquímica Braskem S/A, no departamento de Catálise, na área de Inovação e Tecnologia e, de mala e cuia, troquei um Rio pelo outro. Desde então, contribuí para o desenvolvimento de catalisadores e processos para a conversão de álcoois e a conversão de CO2 em produtos químicos e, atualmente, contribuo para reciclagem química de plásticos.
Sou profundamente grato a minha família, amigos, colegas, professores, orientadores e líderes, por tornarem essa jornada tão enriquecedora, alegre e gratificante. Permaneço motivado a enfrentar novos desafios e a contribuir para um futuro mais sustentável por meio da Catálise.
Desde o ensino médio, sempre fui fascinada pelas reações químicas, o que me motivou a ingressar no curso de Engenharia Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2010. Durante a graduação, a disciplina de Cinética Química rapidamente se destacou como uma das minhas favoritas, despertando ainda mais meu interesse pela área das reações químicas.
Meu primeiro contato com o universo da catálise ocorreu ainda durante a graduação, durante minha primeira iniciação científica no laboratório de Fotoquímica do Instituto de Química da UFRJ, atuando na área de fotocatálise. Essa experiência foi decisiva para despertar meu entusiasmo pela pesquisa científica. Mais adiante, já na reta final do curso, cursei a disciplina de Catálise Heterogênea, ministrada pelo professor Fabio Toniolo, cuja abordagem me encantou e me levou a procurá-lo futuramente como orientador para o mestrado.
Concluí a graduação em 2015, com ênfase em Petróleo e Gás Natural – Refino e Processamento, através do Programa de Recursos Humanos da ANP e Petrobras (PRH13). Em 2016, motivada pela excelência acadêmica e pelo reconhecimento do programa de pós-graduação, iniciei o mestrado no Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ. Àquela altura, já estava convicta da área de pesquisa que queria seguir: a catálise heterogênea. Iniciei então minha pesquisa no Núcleo de Catálise (NUCAT) orientada pelo prof. Fabio Toniolo, desenvolvendo uma dissertação focada na conversão de etanol em produtos de maior valor agregado, utilizando catalisadores baseados em óxidos de nióbio e zircônio modificados. O trabalho contou com a coorientação da pesquisadora Clarissa Perdomo, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT).
Dando continuidade à trajetória acadêmica, ingressei no doutorado no mesmo programa e aceitei o desafio proposto pela Clarissa: trabalhar com catalisadores monolíticos. Desenvolvi então uma tese sobre a síntese de catalisadores de níquel suportados em monolitos cerâmicos para aplicação na reforma a vapor do metano, realizando parte dos experimentos no INT. Essa experiência construiu meu conhecimento na preparação e caracterização de catalisadores monolíticos.
Durante o doutorado, tive ainda a oportunidade de realizar um estágio sanduíche no Instituto de Catálisis y Petroleoquímica (ICP-CSIC), em Madrid, Espanha, onde aprofundei meus conhecimentos em técnicas avançadas de caracterização, como a espectroscopia Raman operando, aplicada a estudos sob condições reacionais.
Atualmente, continuo atuando na área de catálise heterogênea como pesquisadora de pós-doutorado, desenvolvendo projetos focados na conversão de CO₂, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis e eficientes voltadas à valorização de fontes renováveis de carbono.
]E assim se completam quase 15 anos de trajetória na UFRJ — como uma boa carioca que não quer abandonar o Rio — e quase 9 anos de dedicação ao NUCAT, onde tive o privilégio de construir minha formação acadêmica e científica pelo convívio com excelentes pesquisadores e amigos.
Tive o privilégio de, desde cedo, ter tido o apoio e o carinho dos meus pais, que se preocuparam em me incentivar nos estudos, assim como professores que me motivaram a aprender e a explorar minhas curiosidades.
Durante a graduação em Engenharia Química, na Universidade Federal Fluminense (UFF), encontrei na iniciação científica um espaço para crescer. Foi sob a orientação do querido professor Itabirano que descobri minha paixão pela pesquisa e a vontade de construir uma trajetória acadêmica.
Ainda na graduação, tomei conhecimento do trabalho da Professora Drª Lisiane Veiga Mattos, que havia recém ingressado no quadro docente. Sua competência, seriedade e dedicação à pesquisa me chamaram a atenção e me inspiraram. No mestrado, tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente e iniciar uma relação acadêmica que se transformou em uma parceria sólida e enriquecedora. Mais do que uma orientadora, Lisiane tornou-se uma mentora presente e atenciosa, sempre incentivando minha autonomia e formação crítica. Seu trabalho com produção de hidrogênio, a partir de fontes renováveis, especialmente por células a combustível, despertou meu desejo de seguir na área de catálise e sustentabilidade.
Durante o mestrado, também fui orientada pelo Dr. Fábio Bellot Noronha, pesquisador de sólida trajetória e rigor científico. Ao lado de Lisiane e Fábio, aprendi que a ciência exige comprometimento, paciência e disciplina.
Com o apoio da Drª Lídia Oazem de Oliveira da Costa, desenvolvi as atividades experimentais no Instituto Nacional de Tecnologia e Inovação (INT), onde aprofundei meus conhecimentos em técnicas fundamentais como a cromatografia gasosa, microscopia eletrônica, TPR, DRX, dentre outras. A pesquisa sobre a utilização de perovskitas como um potencial catalisador a ser aplicado em células a combustível alimentadas por etanol para produção de energia limpa me mostrou, de forma concreta, o potencial da catálise para a inovação e sustentabilidade.
Em seguida ingressei no doutorado em Química pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), novamente sob orientação da Professora Drª Lisiane e do Dr. Fábio Bellot, mantendo o foco no desenvolvimento de catalisadores para produção de hidrogênio a partir do etanol. Durante esse período fui contemplada com uma bolsa de Doutorado Sanduiche para estudar na França, em parceria com Institut Polytechnique de Grenoble, onde aprofundei os estudos sobre a aplicação de catalisadores em anodos de células a combustível e solidifiquei minha convicção sobre a importância da catálise para os desafios ambientais.
Após retornar ao Brasil, contei com o apoio do Dr. Fábio Coral Fonseca, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), que colaborou para a realização dos testes finais. Essa parceria contribuiu para a publicação de artigos científicos que consolidaram a aplicabilidade dos materiais desenvolvidos no meu doutorado. Em seguida, iniciei um pós-doutorado no Laboratório de Energia, Materiais e Meio Ambiente (LEMMA/UFF), focando em pesquisas direcionadas ao desenvolvimento de catalisadores para produção de hidrogênio por rotas renováveis.
Conciliar a maternidade e a carreira acadêmica foi um desafio permanente. Tive minha primeira filha durante a graduação e minha segunda filha ao longo do mestrado. O apoio incondicional da minha família, em especial da minha mãe, assim como o apoio e incentivo do meu marido, foram fundamentais para que eu pudesse avançar em minha trajetória.
Em 2024 fui nomeada docente no Departamento de Engenharia Química e de Petróleo da UFF, onde pretendo continuar a pesquisa no desenvolvendo de catalisadores para geração de energia limpa, assim como iniciar novas linhas de pesquisa que aliem o emprego da catálise com uma alta eficiência tecnológica e responsabilidade ambiental. Acredito que a catálise é mais do que uma área de pesquisa, é um compromisso com processos mais eficientes, limpos e sustentáveis.
Meu encantamento pela Química começou no Ensino Médio Técnico em Telecomunicações, quando percebi minha facilidade em resolver questões de Física, Química e Matemática. Em 2006, entrei no curso de Química da UFF sem saber ao certo o que esperar da vida universitária, mas já com o desejo de me tornar pesquisadora despertando.
Minha formação foi marcada por experiências diversas. Durante a graduação, estagiei com o professor Rodrigo Bagueira de Azeredo, em uma pesquisa sobre a análise de chocolates por espectroscopia no infravermelho próximo — meu primeiro contato com pesquisa aplicada. Também participei do PIBID, desenvolvendo atividades para tornar o ensino de Química mais interessante e acessível.
Após concluir a licenciatura, permaneci na UFF para cursar o bacharelado, enquanto iniciava o mestrado em Engenharia Química na UERJ (2011), sob a orientação da professora Cristiane Assumpção Henriques. Foi ela quem me apresentou à Catálise — área que me encantou pela combinação entre fundamentos químicos e técnicas instrumentais voltadas a soluções sustentáveis.
Durante o mestrado, fui aprovada no concurso para docente da rede estadual (2012) e passei a lecionar Química no Ensino Médio, conciliando docência e pesquisa até obter o título de Mestre, em 2014. A pesquisa teve como foco o estudo de catalisadores de óxido de vanádio para a remoção de enxofre do dibenzotiofeno.
Meu interesse pela pesquisa me levou ao doutorado em 2016, novamente sob orientação da Cristiane. Nesse período, fui apresentada e orientada pelo saudoso professor Victor Teixeira da Silva, cuja paixão pela ciência era inspiradora, e também pela pesquisadora Priscilla Magalhães de Souza, que passou a orientar meu trabalho. Trabalhar com ela foi uma experiência extremamente enriquecedora.
Durante o doutorado, atuei em diferentes laboratórios, como o Nucat, LCPMA e Lacat. No Nucat, onde realizei a maior parte dos experimentos, conheci profissionais incríveis, como a pesquisadora Maria Auxiliadora Scaramelo Baldanza (a Dora) e o técnico Antônio José de Almeida (o Macarrão), que sempre tornavam o ambiente de pesquisa ainda mais motivador.
Entre 2018 e 2019, realizei parte do doutorado no IRCELYON, na França, com o pesquisador Gilles Berhault, por meio do PDSE. Essa vivência internacional ampliou minha visão científica e me motivou a aprender francês.
Defendi minha tese em 2023, focada no desenvolvimento de catalisadores de óxidos de molibdênio para a remoção de oxigênio de compostos derivados da biomassa. Em 2024, fui aprovada como Pesquisadora Adjunta I no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), na área de Catálise, consolidando meu caminho na pesquisa.
A Catálise, que entrou na minha vida forma despretensiosa, tornou-se o motor da minha trajetória. Ela guia minha atuação científica, sempre em sintonia com meu compromisso com a educação e com a construção de um futuro mais justo e sustentável.
Resido, desde meu nascimento, na cidade de Vespasiano (região metropolitana de Belo Horizonte), onde desde o jardim de infância, frequentei escolas da rede pública. No último ano do ensino fundamental, devido ao meu desempenho escolar, fui contemplada com uma bolsa para um curso preparatório voltado aos processos seletivos do CEFET -MG e COLTEC, um acontecimento que foi um divisor de águas em minha vida, até então, restrita aos cenários e às expectativas de uma cidade interiorana.
Devido minha afinidade pelas aulas de Ciências, optei pela Química como escolha para a realização dos processos seletivos. Assim, ingressei no CEFET-MG, e iniciei meu primeiro contato com a Química e, paralelamente, com um mundo totalmente diferente da minha realidade. Não foram três anos fáceis.... Lembro-me de quão desafiador foi me adaptar ao nível dos conteúdos ministrados, especialmente em comparação com meus colegas, em sua maioria oriundos de escolas particulares tradicionais de Belo Horizonte.
Mas, eu amava as aulas de Química e me via inclinada a cursar Engenharia Química. No entanto, a conclusão do curso técnico exigia a realização de um estágio, o qual realizei em uma indústria cimenteira de Vespasiano. Neste estágio tive a oportunidade de conhecer profissionais da área e entender que o curso de Engenheira não correspondia às minhas expectativas profissionais. Diante disso, optei por prestar vestibular para o curso de Química na UFMG, sendo aprovada na primeira tentativa, graças à sólida formação adquirida no CEFET-MG.
Ao final do 1° período da graduação, já podendo ingressar na iniciação cientifica, fui em busca de professores com vagas disponíveis no Departamento de Química. Assim, conheci a Profa. Elena V. Gusevskaya e, posteriormente o Prof. Eduardo Nicolau dos Santos que me acolheram no Laboratório de Catálise, no qual permaneci do 2° período da minha graduação até a conclusão do meu doutorado e a realização de pós-doutorado.
Neste laboratório, pude conviver com pessoas singulares e especiais para minha vida pessoal e profissional. Tive a oportunidade de me aperfeiçoar a nível pessoal e profissional e, acima de tudo, ampliar meus horizontes e sonhos. E, ao concluir a graduação, já tinha plena certeza de que gostaria de seguir a carreira docente no ensino superior.
A iniciação cientifica possibilitou minha participação em eventos científicos regionais e nacionais na área da Química. Mas, foi durante o mestrado, em 2003, que participei do meu primeiro congresso (CBCat) realizado em Angra dos Reis organizado pela da Sociedade Brasileira de Catálise (SBCat). Tive a oportunidade de conhecer pesquisadores nacionais e internacionais na área, além de compreender mais profundamente as diversas aplicações da Catálise, e pude assim, confirmar o caráter altamente multidisciplinar dessa área, onde os variados aspectos da Química se entrelaçam. Desde então, não tive dúvidas de que essa seria a minha área de atuação como professora universitária.
Finalizei minha formação acadêmica sob a orientação das professoras Elena Gusevskaya e Patricia A. Robles-Azocar, duas mulheres que, até hoje, são grandes referências e inspirações para mim, e pelas quais tenho grande admiração.
Após concluir o doutorado, participei, em curto intervalo de tempo, de dois concursos públicos para professora, na UFSJ e na UFOP. Embora tenha iniciado minha carreira na UFSJ, atualmente atuo na UFOP, onde, com muito orgulho e dedicação, coordeno, juntamente com a professora Camila Grossi Vieira, as atividades de pesquisa do Laboratório de Catálise (LabCat). Nesse espaço, desenvolvemos estudos voltados à valorização de matérias-primas biorrenováveis para a produção de compostos de interesse da indústria química, com foco na viabilidade econômica e sustentabilidade. Desta minha formação até hoje, empregando-se a catálise por ácidos, atuei no desenvolvimento de variados processos registrados em 32 artigos e 16 solicitações de depósito de patentes (sendo 12 já são concedidas).