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14 10 SBCAT 2020 quemsomos NotíciaRoberto Fernando de Souza nasceu em Caxias do Sul, em 14 de novembro de 1958. Concluiu a graduação em Engenharia Química na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1981. Foi durante a sua graduação que o Roberto teve seus primeiros contatos com a pesquisa e com a área da Catálise, sendo estudante de iniciação científica da Profa. Yeda Pinheiro Dick na área da catálise enzimática. Ainda na UFRGS, obteve o título de Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais em 1983 sob orientação dos Professores Adalberto Vasquez e Yeda Pinheiro Dick. O Instituto de Química tendo como objetivo criar uma linha de pesquisa em Catálise, devido à recente instalação do Polo Petroquímico, elegeu, junto com uma comissão externa que estabeleceu metas para o futuro do Instituto de Química, que Roberto fosse fazer estudos de doutorado na França. Defendeu sua Tese em Catálise pela Université Paul Sabatier, Toulouse, França, em 1987, sob a orientação do Dr. Igor Tkatchenko. Com a Tese veio o primeiro de muitos reconhecimentos de excelência: O Prêmio de melhor Tese, CNRS - França.

Foi aprovado no Concurso para ser Professor do Departamento de Físico-Química, Instituto de Química, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1986, antes mesmo de concluir seu doutorado.

Ao retornar ao Brasil, em 1987, trouxe com ele, a também Doutora em Catálise, Profa. Michèle Oberson de Souza, sua esposa. Juntos construíram uma linda família biológica (Maxime e Pierre) e outra grande família científica (da qual me orgulho muito de fazer parte). O então Prof. Roberto recebeu o laboratório onde é atualmente o Laboratório de Reatividade e Catálise (LRC) vazio e nele instalou uma excelente estrutura para Pesquisa em Catálise. Formou diversos Mestres e Doutores, sendo estes, atualmente, Professores/Pesquisadores distribuídos pelo Brasil e também no exterior.

Em 1994, realizou um pós-doutorado no Instituto Francês do Petróleo, Rueil-Malmaison, França, sob supervisão o Dr. Yves Chauvin, iniciando suas Pesquisas em Líquidos Iônicos.

Foi co-fundador e Presidente da Sociedade Brasileira de Catálise, Presidente da Câmara de Pós-Graduação da UFRGS, Diretor do Instituto de Química da UFRGS e Coordenador do programa de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais da UFRGS. Era Professor Titular na UFRGS, pesquisador IA do CNPq e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências.

Como reconhecimento de suas contribuições para a Catálise, a SBCat criou um prêmio com o seu nome, um prêmio de reconhecimento da excelência na pesquisa no desenvolvimento de novos catalisadores e processos catalíticos, além da excelência na formação de recursos humanos na área. O texto a seguir foi extraído da descrição do Prêmio:

“Roberto foi um entusiasta da catálise no país, tendo participado ativamente da criação da Sociedade Brasileira de Catálise e sido seu Presidente por dois mandatos consecutivos além de ter sido o responsável de diversas edições de CBCat, nas quais exercia com êxito suas capacidades em congregar os membros de nossa Sociedade. Porém, acima de tudo, Roberto foi um dos principais cientistas em catálise no Brasil ao seu tempo, tendo sido pioneiro no uso de líquidos iônicos, assim como contribuído para a formação de um núcleo de catálise no sul do país, sobretudo com foco na catálise homogênea voltada para processos de oligomerização e polimerização e tendo orientado suas últimas linhas de pesquisa na geração de energias alternativas e na área da química verde.

Roberto se destacou pela liderança e inovação na pesquisa, sabendo encontrar interfaces eficientes com parceiros industriais, tendo publicado inúmeros artigos em revistas de alto impacto, orientado diversos alunos de pós-graduação, muitos dos quais seguem seu legado científico na área, além de ter atuação destacada na área administrativa, como Diretor do Instituto de Química da UFRGS, coordenador de numerosas comissões da UFRGS e presidente da SBCat, entre outras atividades.”

Roberto deixou precocemente sua família e seu grupo (LRC), em 29 de novembro 2013. No que se refere ao LRC posso relatar aqui que no dia seguinte a sua despedida, apesar de estarmos todos arrasados, fui para o IQ e encontrei os alunos do grupo, juntos, no Laboratório. Eles me disseram que estavam lá fazendo as reações que tinham combinado com o Roberto pois acreditavam que é o que ele esperaria deles. Naquele momento soube que o LRC, apesar de que nunca mais seria exatamente o mesmo, sobreviveria!

Katia Bernardo Gusmão
Aluna, Colega e Amiga do Roberto Fernando de Souza

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