A minha história começou em Campinas, de onde sou natural. Sempre estudei em escolas públicas, por sinal, as melhores e mais concorridas naquela época. Fiz cursinho preparatório para a Unicamp e tive aulas de Química muito interessantes, daí veio meu interesse pela Engenharia Química, já que também gostava de Matemática. Comecei o curso em 1978 e terminei em 1982. Durante o curso não tive a oportunidade de trabalhos em laboratório uma vez que muitos ainda estavam sendo montados e eram muito incipientes. Naquela época estava bem difícil conseguir emprego. Acabei entrando em 1983 para o mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em Engenharia Química. Fiquei apaixonado pelo ambiente, pelos professores e logo tive proposta de um ótimo emprego, mas disse que só assumiria se pudesse fazer mestrado em paralelo. A empresa não autorizou e então segui no mestrado. Fui orientado pelo Prof. Dilson Cardoso em dissertação na área de álcool química, desidrogenação de etanol a acetaldeído usando catalisador básico, mais especificamente MgO. Quando estava terminando o mestrado veio uma oportunidade de entrar na Copene e fazer parte de um grupo de pesquisa recém-criado e liderado pela Maria Isabel Paes da Silva em 1985. Meu trabalho foi desenvolver uma rota para produção de zeólita tipo A para secagem e que foi realizado no CENPES, na época a Copene era uma empresa coligada da PETROBRAS. Após 4 anos, quando o projeto já estava terminando e um teste na unidade da COPENE foi programado em um reator de leito fixo de by-pass, teve um concurso no CENPES/PETROBRAS e tive a felicidade de ser selecionado. Estava para ir para a COPENE em Salvador, mas acabei preferindo ficar no CENPES. Em 1989 comecei a trabalhar no CENPES, na Divisão de Catalisadores e mais especificamente na área de craqueamento catalítico ou FCC. Fiquei na área de desenvolvimento de zeólitas, realizando desenvolvimento de tecnologias de catalisadores para o Refino da Petrobras, bem como suporte técnico para a FCC S. A.. Tive o prazer de trabalhar com profissionais incríveis e um deles por muito tempo foi meu companheiro de sala e de projetos, falo do Yiu Lau Lam, que todos na nossa comunidade conhecem. Fiz estágio por alguns meses em Amsterdã na empresa que a PETROBRAS tem um convênio de cooperação tecnológica a Akzo, que depois mudou de nome para Albemarle e mais recentemente Ketjen. Trabalho há muito tempo na área de zeólitas e ao longo desse tempo já trabalhei, ainda que todo o tempo em FCC, com aluminas, aditivos de redução de enxofre em gasolina e aditivos de redução de emissões gasosas. Depois de 17 anos de terminado o mestrado comecei doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na COPPE em Engenharia Química em 2003. Fui orientado pelo Prof. Martin Schmal sendo que a PETROBRAS propiciou que eu fizesse parte na Universidade Politécnica de Valencia na Espanha, tendo o trabalho sido acompanhado pelo Prof. Avelino Corma. Meu trabalho foi na área de aditivos de redução de emissões gasosas em FCC tendo terminado o doutorado em 2007. Tive a oportunidade de aprender sobre o desempenho desses aditivos de redução de emissão de CO, SOx e NOx em diferentes escalas: unidades de laboratório, em planta piloto e em unidades comerciais e também o efeito nas reações de craqueamento catalítico. Participei e continuo participando de inúmeros testes de aditivos de redução de emissões gasosas nas refinarias da PETROBRAS na área de FCC e em outros processos de abatimento de emissões. Nessa área de emissões tive a oportunidade também de formar um grupo de Universidades como a UFRJ, PUC, UFSCar, UFBa e UFPB para estudar emissões gasosas na área de FCC que foi muito profícuo e prazeroso. Gostaria de encerrar esse texto agradecendo a todos gerentes na COPENE e na PETROBRAS, orientadores, colegas de estudos da UFSCar e UFRJ e colegas de trabalho do CENPES ao longo de tantos anos por toda ajuda, incentivo e confiança e que permitiram uma vida na área de catálise.