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29 09 Regional 2 Cristiane Alves Pereira NoticiaMinha história na catálise começa em 2008 quando ingressei no curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da UFSCar, na minha cidade natal – São Carlos. Eu estava muito entusiasmada e, considerando minha formação em Tecnologia em Saneamento Ambiental (UNICAMP) já sabia exatamente o que eu gostaria de estudar: controle de emissões de poluentes atmosféricos, linha de pesquisas liderada pelo Prof. Ernesto A. Urquieta-González, que me recebeu de braços abertos e concordou em elaborar uma proposta de pesquisa à FAPESP, pois eu ainda não tinha bolsa de estudos. Era tudo muito novo, não sabia quase nada sobre os conceitos em catálise, mas após três semanas com dedicação intensa, submetemos o projeto que foi posteriormente aprovado. Uhhh-hulll – Alegria Alegria!!

Fui me envolvendo com as atividades do grupo, conhecendo o Laboratório de Catálise (LabCat) e após alguns meses, participei de uma palestra de divulgação da 4ª edição do Prêmio Petrobras de Tecnologia. Naquela ocasião um sonho despertou em meu coração... um dia queria ser vencedora também. Após 14 meses de mestrado, devido ao meu desempenho, submetemos um novo projeto à FAPESP, para converter a bolsa de mestrado em doutorado direto, que foi também aprovado. Concluí o doutorado em abril de 2012, aos 26 anos, sendo que a pesquisa centrava no desenvolvimento de catalisadores à base de Cu, Fe e Co sobre TiO2, CeO2 e ZrO2, preparados via sol-gel, para abatimento de emissões de monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio de veículos automotores e chaminés industriais, um problema de grande relevância.

Incrivelmente, em 2011, fui uma das vencedoras da 5ª Edição do Prêmio PETROBRAS de Tecnologia na categoria Tecnologia de Preservação Ambiental, reconhecendo a contribuição do estudo para o desenvolvimento de soluções sustentáveis com o uso de catalisadores. Sim, realizei um grande sonho!! Parte do Prêmio foi uma bolsa de Pós-doutorado (PDJ) do CNPq que também realizei no PPG-EQ - UFSCar (2012-2014). Em 2013, sob supervisão dos consultores Rodolfo Roncolatto e Yiu Lau Lam atuei como visitante técnica no CENPES/PETROBRAS, em pesquisa para o controle de poluição atmosférica dentro das refinarias de petróleo. Outra experiência extraordinária! Colaborei também em um interessante Projeto PIPE/FAPESP para desenvolvimento de um novo catalisador automotivo. Após a finalização do pós-doutorado, trabalhei como pesquisadora em um projeto de extensão entre UFSCar e PETROBRAS (2015 a 2017), que culminou no depósito de uma patente.

Desde 2018 sou Professora Adjunta na Universidade Federal de Lavras (UFLA), onde, no Departamento de Engenharia Química e de Materiais coordeno o Laboratório de Catálise e Biocombustíveis juntamente com a Prof.a Zuy Maria Magriotis, que me recebeu de braços abertos na UFLA. Escolhi a docência para alcançar uma forma de tocar vidas. No DQM, já ensinei mais de 1700 alunos e venho acumulando orientações e coorientações na graduação e pós-graduação, Atuo na linhas de pesquisa para síntese e caracterização de catalisadores suportados em metais nobres e metais de transicão, preparados pelo método sol-gel in situ (one-pot synthesis) ou outra abordagem, além de zeólitas modificadas. Estes são aplicados na degradação de águas contaminadas e efluentes e também para a síntese de biocombustíveis drop-in com foco em bioquerosene e diesel verde, reações de interesse ambiental que vão ao encontro da Agenda 2030. Por fim, desde 2024 atuo como tesoureira na Coordenação da Regional 3 da SBCat.

Passados mais de 17 anos, sigo entusiasmada e cada vez mais encantada com a catálise. Desde 2008 tenho tido contato com pesquisadores inspiradores, como os citados e tantos outros. Além disso a catálise me deu um marido (catalítico), amigos para uma vida, parcerias de pesquisa e perspectivas infinitas. Assim, com o fôlego de quem acredita que pequenos passos firmes nos levam a grandes conquistas desejo que sigamos catalisando o mundo.
Grande abraço!!

Cristiane Alves Pereira

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