Ao longo da minha trajetória profissional, como docente e pesquisadora na área de catálise, as oportunidades e as interações com diferentes profissionais foram decisivas na definição dos rumos que viria a seguir.
Ao concluir o curso de engenharia química, optei pela vida acadêmica, ingressando como docente no Departamento de Físico-Química/UFBA e no mestrado em química inorgânica, durante o qual despertei o interesse pela pesquisa. Como orientadora, a prof. Adelaide Viveiros transmitia não apenas conhecimentos em química de coordenação, mas também exemplos de seriedade, competência e postura ética e profissional.
Após a conclusão do mestrado, participei do “Curso de Especialização em Cinética e Catálise”, patrocinado pelo Polo Petroquímico de Camaçari/Ba, durante o qual convivi com destacados pesquisadores, especialistas em catálise, de várias partes do mundo. Essa experiência me despertou a paixão pela pesquisa em catálise e o desejo de realizar o doutorado na UNICAMP, sob a orientação do prof. Fernando Galembeck. Nesse grupo, encontrei um ambiente acolhedor e extremamente favorável ao desenvolvimento de pesquisas científicas aplicadas, de alto nível, que me permitiram a aquisição de novos conhecimentos e a consolidação dos princípios da pesquisa científica ética e profissional.
Ao retornar à UFBA, busquei empregar essa experiência no curso de pós-graduação, ministrando aulas e orientando alunos. Esses planos foram concretizados graças ao apoio e incentivo dos profs. Jailson Bittencourt de Andrade (na época coordenador do Programa de Pós-graduação em Química) e Celso Spínola, que me inseriram no universo da política científica e acadêmica e dos mecanismos de captação e gerenciamento de recursos. Essa experiência foi essencial no exercício de atividades acadêmicas/administrativas, que iria exercer mais tarde, proporcionadas pelos diretores Dirceu Martins e Maria de Lourdes Trino. Na época, o estágio de pós-doutorado no INCAPE (Argentina), sob a supervisão dos profs. José Parera e Nora Fígoli, foi fundamental para a aquisição e consolidação dos conhecimentos práticos de catálise.
A interação com várias empresas, especialmente a FAFEN/Ba, CENPES/PETROBRAS e OXITENO/Mauá, permitiu a realização de vários trabalhos tecnológicos, resultando na obtenção de um catalisador industrial para a geração e purificação de hidrogênio. Ao longo dos anos, foram realizados trabalhos com outras empresas, destacando-se a BRASKEM, com qual foram desenvolvidos catalisadores para processos petroquímicos e remediação ambiental. Nessas interações, a contribuição e o apoio recebidos por Roberto Carlos Bittencourt (PETROBRAS), Valéria Vicentini (OXITENO), Luis Pontes (COPENE) e Jaildes Britto (COPENE/BRASKEM) foram determinantes para o avanço da nossa infraestrutura laboratorial e da qualidade dos nossos trabalhos.
Foram, também, realizados trabalhos em cooperação com grupos nacionais e internacionais e outras atividades de extensão (cursos, palestras e workshops), bem como reuniões de redes de pesquisa sul-americanas, visando a complementar a formação dos alunos, pelo convívio com outros profissionais da área de catálise. Esses eventos e as publicações científicas foram, também, mecanismos de estímulo aos alunos e jovens pesquisadores, especialmente da região Nordeste.
Dentre as realizações da minha trajetória científica, considero a formação profissional de alunos de graduação e pós-graduação como a mais gratificante. Muitos deles ascenderam sócio e economicamente, melhorando suas vidas e de seus familiares, através dos conhecimentos adquiridos.
Atualmente, vivencio o início de uma nova fase, em que atuo como docente e pesquisadora no cargo de Professor Titular-Livre do Departamento de Química Inorgânica/UFRGS. Nesse momento, permanece o mesmo objetivo de contribuir para a formação de jovens estudantes e para o desenvolvimento científico e tecnológico do País.
Deixo registrado, aqui, os meus agradecimentos a todos que fizeram parte da minha trajetória profissional e que, direta ou indiretamente, participaram das minhas realizações.