Os meus primeiros contatos com a pesquisa ocorreram quando trabalhei entre 1977 e 1979, como Analista do Centro de Pesquisas da Petrobrás - CENPES. Esse período, foi fundamental para o meu engajamento na carreira científica.
Ao ingressar no Instituto Nacional de Tecnologia - INT, em 1985, com mestrado obtido em 1984 no Instituto Militar de Engenharia - IME, fui designado para a Unidade de Programas em Alcoolquímica, que à época estava iniciando estudos sobre catalisadores voltados à oxidação do etanol. Nos anos seguintes, a Direção do INT incentivou a realização de cursos de pós-graduação. Desta forma, em 1987, retomei os meus estudos no IME, na modalidade de “doutorado sanduiche” em catálise, em parceria no exterior com o Institut de Recherches sur la Catalyse - IRC – França, entre outubro de 1988 e outubro de 1989. A defesa de tese ocorreu em 1990, no IME, tendo como orientador no Brasil o Professor Jean-Guillaume Eon e na França o Dr. Jean-Claude Volta. Não posso deixar de registrar aqui, o apoio recebido do Professor Roger Fréty, durante a minha permanência naquele país.
De retorno ao INT, em 1990, a Unidade de Programas em Alcoolquímica passa a se chamar Divisão de Catálise para a qual eu fui convidado para chefiá-la, permanecendo neste cargo entre 1991 e 2004. Em 1991, o INT assina um contrato de cooperação internacional com o IRC.
Como estágios de aperfeiçoamento e missões que realizai após o meu doutorado, destaco em 1992, 1994 e em 2006 no IRC dando continuidade aos estudos de dopagem de estruturas VPO por nióbio e aos estudos de catalisadores heterogêneos aplicados à transesterificação de óleos vegetais, em parceria com a Dra. Nadine Essayem. Em 2000, na Universidade de Caen, sob a supervisão do professor Marco Daturi e na Universidade de Lille sob a supervisão do professor Edmond Payen, ambos sobre a aplicação de técnicas espectroscópicas à catálise. Missões de pesquisadores do IRC ao INT foram igualmente realizadas neste período como a do Dr. Jean Claude Volta na área de catalisadores de oxidação e a do Dr. Stefano Caldarelli, na área de espectroscopia. Em 2001, integrei missão ao Exterior conjunta com o Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT, para participar a IV Semana Internacional de Indústrias de Alta Tecnologia em Beijing na China e em 2007 integrei missão à Intendência de Paysandu no Uruguai, visando firmar acordo de cooperação em bioenergia.
Participei igualmente de atividades acadêmicas, a convite da Professora Wilma de Araújo Gonzalez, como professor - colaborador no IME, ministrando a disciplina de Catálise de Oxidação e orientando dissertações de mestrado e teses de doutorado, em projetos cooperativos com o INT, tendo sido em 2005 agraciado com o título de Amigo do IME.
Entre 2007 e 2017, fui convidado a atuar como Coordenador de Desenvolvimento Tecnológico do INT, integrando a Direção da Instituição e tendo sob a minha supervisão as áreas e Catálise, Química, Materiais e Design. Neste período foram consolidadas as atividades em Nanotecnologia no INT, com a inauguração do Centro que Caracterização em Nanotecnologia em Materiais e Catálise (CENANO) em 2010, alcançando o patamar de Laboratório Estratégico do SisNANO (Sistema Nacional de Nanotecnologia) do MCTI.
Atualmente, como pesquisador da Divisão de Catálise e Processos Químicos do INT, desenvolvo estudos voltados à desidrogenação oxidativa (ODH) do propano.
Todas essas missões, oportunidades e realizações, foram decorrentes direta ou indiretamente da minha formação em catálise. Posso a firmar que valeu a pena. Às novas gerações ficam aqui essas palavras de incentivo: ¨ Dificuldades sempre existirão, mas tenho certeza que unidos sob as lideranças atuais de nossa comunidade científica, saberemos transpô-las, como assim souberam os pioneiros da construção da catálise no Brasil ¨