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18 01 SBCAT 2020 quemsomos NotíciaMeu interesse pela química vem da infância, certamente ajudado pelos kits de química então disponíveis em lojas de brinquedos. O sonho infantil começou a se concretizar quando ingressei no curso Química na Universidade Estadual de Campinas em 1982. No terceiro ano do curso, busquei uma oportunidade de iniciação científica com o Prof. Ulf Schuchardt, que, apesar de estar com o laboratório cheio, resolveu me acolher. Me apresentou ao Professor Francisco Santos Dias da UFC, então estudante de doutorado do grupo, que me ensinou as técnicas básicas necessárias para o trabalho em catálise homogênea. Após ingressar no mestrado, o Professor Ulf me ofereceu uma oportunidade muito rara na época: um estágio na França, no Laboratoire de Chimie de Coordinacion -CNRS, sob a orientação dos Doutores I. Tkatchenko e D. Neibecker. A viagem foi apoiada pelo Programa Nacional de Catálise (PRONAC) e essa experiência internacional de três meses foi decisiva para ampliar meus horizontes científicos. Após o doutorado, usufrui por um ano de uma novidade à época: a bolsa de recém-doutor do CNPq, estágio que foi feito no laboratório da Profa. Maria Vargas na UNICAMP.

Fiz ainda um estágio curto nos Estados Unidos nos laboratórios do Prof. C. U. Pittman, Jr. na Mississippi State University, onde aprendi como fazer hidroformilação, que é até hoje um tema de pesquisa bastante importante em nosso grupo. Em 1993 ingressei como Professor Adjunto no Departamento de Química-ICEx da Universidade Federal de Minas Gerais, onde tive forte apoio do Prof. Carlos Filgueiras e de outros colegas para iniciar um grupo de catálise. Um ano depois, conheci a Profa. Elena Gusevskaya, então pesquisadora visitante do Instituto de Química-USP. Sabendo que ela buscava uma posição permanente, a convidei para um seminário no nosso departamento. Tempos depois, ela se juntou ao departamento como professora e desde então somos parceiros no Grupo de Catálise Organometálica da UFMG. Ainda no início da carreira, participei como vice-diretor e em seguida como primeiro diretor eleito da recém-criada Divisão de Catálise da Sociedade Brasileira de Química.

Por indicação dos Professores Roberto de Souza e Martin Schmal, participei também do Grupo Técnico do IBP para a criação da Sociedade Brasileira de Catálise e orgulho-me de ter contribuído para que as duas entidades convivessem harmonicamente. Em 1997, o Prof. Jairton Dupont me indicou para participar da Red CYTED de catálise homogênea, o que alavancou a formação de uma sólida rede de contatos internacionais. Tivemos ou temos colaborações com grupos de da Venezuela, Colômbia, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Japão, EUA e Canadá. Em 2009, o saudoso Prof. Faruk Nome me convidou para integrar o INCT-Catálise, do qual faço parte do Comitê Gestor, e que teve influencia significativa no desenvolvimento de nossas pesquisas.

Tive várias parcerias com indústrias que foram muito enriquecedoras e contribuíram não só para a montagem da infraestrutura laboratorial como também para aprender aspectos importantes de processos industriais e permitindo transmitir esta experiência aos alunos. Destaco a parceria com a PETROBRAS, com o Prof. Eduardo Falabella que contribuiu com um projeto de infraestrutura para o nosso laboratório e com os Doutores Carlos R. C. Rabelo e Marlito G. Júnior com quem desenvolvi vários projetos. Não posso falar de minha carreira sem agradecer aos alunos de iniciação científica, de mestrado, de doutorado e estagiários de pós-doutorado com quem tive o privilégio de trabalhar. Sem a oportunidade de nomeá-los aqui, deixo os meus agradecimentos pela sua grande contribuição ao desenvolvimento da nossa pesquisa.

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