Prazer, Marcelo. Sou pai do João e do Eduardo (gêmeos), esposo da Elis Mignoni, professor e pesquisador e tenho 40 anos. Meu encantamento pela Química começou bem antes de entrar na Universidade. Desde criança, sempre gostei muito de fazer experiências e as descobertas sempre me fascinaram. Julho de 2001, quando passei no vestibular para o curso de Química Industrial na URI-Campus de Erechim. Ponta pé inicial na minha carreira. Durante o curso fui bolsista de iniciação científica em diferentes áreas. Querendo desbravar o mundo da química comecei a me aventurar na química analítica com o Prof. Irajá do Nascimento Filho, depois fui para a química orgânica, com o Prof. Daniel Emmerich e por fim encontrei a química inorgânica, com a Profa. Sibele Pergher. Começando assim a minha vida catalítica. Ao estudar a arte de sintetizar materiais inorgânicos, em especial as zeólitas e suas aplicações, senti que este tema seria do meu Trabalho de Conclusão de Curso ao meu futuro profissional. Chegamos no ano de 2006, com ele veio a formatura e a dúvida: o que fazer agora? Sabendo que a vida acadêmica era o que eu queria, o lugar onde continuar era a grande questão a ser respondida.
A escolha não podia ser a mais acertada. Fui para a UFGRS fazer mestrado no Laboratório de Reatividade e Catálise (LRC) sob orientação do Prof. Roberto Fernando de Souza e da Profa. Kátia Bernardo-Gusmão. Neste período sintetizamos catalisadores para a obtenção de nanocompósitos polímero-argila, até então uma nova fronteira do conhecimento para mim. Era 2008, agora mestre em Ciência dos Materiais. A vontade de continuar a aprender resultou na aprovação para o doutorado, porém queria voltar para a área de síntese de zeólitas.
Estando em um laboratório referência em síntese de líquidos iônicos, propus ao Prof. Roberto e a Profa. Kátia que a minha tese seria utilizar líquidos iônicos como agentes de estrutura para obtenção de diferentes zeólitas. Agora, o desafio de sintetizar zeólitas era para eles. Eles toparam! Sorte a minha! A tese desenvolvida foi pioneira no Brasil sobre este assunto. Ano de 2012, tese defendida. Passei no concurso para professor na URI-Erechim e comecei a realizar pesquisas relacionadas com o tema do doutorado. No ano de 2022, realizei pós-doc voluntário na mesma área, sob orientação da Profa. Kátia Bernardo-Gusmão. Hoje, o LRC também é referência em síntese de zeólitas com líquidos iônicos.
Atualmente sou professor titular do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Alimentos (PPGEAL) da URI-Erechim onde oriento trabalhos de mestrado e doutorado. Sou Pesquisador dos grupos de pesquisa do CNPq (LAQAM - Laboratório de Química Ambiental; GEAPI - Grupo de Engenharia Aplicada a Processos Industriais; Engenharia de Processos nas Indústrias Química e de Alimentos). Atual coordenador do Curso de Engenharia Química da URI - Erechim. Avaliador de Cursos de Graduação do SINAES e integrante do Banco de Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior-BASis. Bolsista de Produtividade Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq - Nível 2 desde 2015. Membro do Comitê de Assessoramento da FAPERGS na área de Química, sou Consultor da Secretaria de Inovação Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul. Sou Vice-diretor da Regional 4 - SBCat, da Sociedade Brasileira de Catálise para o biênio 2023-2025. Para finalizar resumo um pouco da minha experiência – Química Inorgânica e Físico-Química, com ênfase em Síntese Inorgânica e Catálise, atuando nos seguintes temas: materiais a base de sílica (zeólitas e materiais mesoporosos), líquidos e sólidos iônicos, materiais hierarquicamente estruturados, nanocompósitos poliméricos, síntese de compostos híbridos via processo sol-gel, imobilização e catálise enzimática, síntese de grafenosilicatos e fixação química do CO2. No ano de 2024, fundei a Startup FormerG - Soluções Químicas pelo Futuro aliando a química somada a catálise, comprometida com o desenvolvimento sustentável.