16 07 Notícia QuemSomosIrmão de Anderson e Érica, e filho de Clarice e Osvaldo, nasci em Araraquara e cresci em Santa Lúcia, cidades do interior de São Paulo. Meu primeiro contato com a química e a física ocorreu através do meu pai, que foi caminhoneiro durante toda a sua vida. Era impressionante e curioso como o bico da câmara de ar do pneu de um caminhão ficava gelado ao ser esvaziado. E já revelando a minha idade, sim, naquela época, os pneus ainda tinham câmara de ar.

A educação sempre foi valorizada e priorizada em casa, sendo minha mãe nossa maior incentivadora. Contrariando as estatísticas, ela retornou aos estudos no período noturno, mesmo após o casamento e três filhos, e eu sempre a acompanhava. Iniciei os estudos nas escolas públicas de Santa Lúcia, onde permaneci até a oitava série. No ensino médio, tive a oportunidade de estudar em uma escola particular de Araraquara, onde o interesse pelas ciências exatas aumentou consideravelmente.

Após muita dedicação aos vestibulares, em 2007, ingressei na Unesp de Araraquara e, focado no objetivo de trabalhar na indústria, optei pela modalidade de Química Tecnológica. No entanto, o ambiente universitário me surpreendeu positivamente e, aos poucos, despertou em mim o interesse pela vida acadêmica.

Minha inserção na vida científica deu-se através da orientação da Profa. Dra. Dulce H. S. Silva, com uma Iniciação Científica em Química Orgânica. Aqui, pela primeira vez, tive a oportunidade de utilizar um catalisador na pesquisa, o ácido sulfúrico, para a reação de esterificação do ácido cafeico, que possui propriedades antioxidantes e neuroprotetoras.

Em 2009, quando estava no terceiro ano da graduação, perdi meu pai de forma muito violenta, o que ocasionou grandes mudanças na minha vida. Embora tenha tido a oportunidade de ser contratado por uma multinacional de alimentos em Araçatuba, meus objetivos já haviam mudado e estar próximo de minha família era essencial naquele momento. Foi então que soube que o Prof. Dr. Leandro Martins possuía uma bolsa de Treinamento Técnico da FAPESP disponível para auxiliar na nucleação do seu grupo de pesquisa. Ele me acolheu e começamos a trabalhar juntos. Quando ele me disse que trabalharíamos com catalisadores, fiquei pensando que ele fosse me trazer uma peça do escapamento de um carro... No meio do mestrado, em 2012, conheci Vanessa, que se tornou minha esposa.

Desde então, foram várias conquistas com muito trabalho e dedicação envolvidos. Primeiras publicações, primeira patente e até oportunidades de conhecer novos países e culturas. Finalizei o doutorado em 2016. Em 2017, meu trabalho foi reconhecido e tive a honra de ser premiado com a Tese em Catálise no CBCat de Ouro Preto, em Minas Gerais, e com o "Prémio Jovem Investigador Fisocat" pela Federação Ibero-americana de Sociedades de Catálise em 2018, em Coimbra, Portugal.

Motivado, realizei pós-doutorado com o Prof. Dr. Celso V. Santilli, também no IQ-Unesp. Em 2019, surgiu a oportunidade de trabalhar por um ano no Synchrotron SOLEIL, na França, sob supervisão da Dra. Valérie Briois, chefe da linha de absorção de raios X, ROCK. Poucos meses antes de embarcarmos (eu, Vanessa e nossas duas cadelinhas, Cristal e Pipoca), perdi minha mãe. A ausência dela doía (e dói até hoje), mas me motivou a aproveitar ainda mais a oportunidade e torná-la uma experiência inesquecível.

Em 2021, trabalhei por um ano com o Prof. Dr. José M. Assaf, no Departamento de Engenharia Química da UFSCar, e em 2022, meu Projeto Jovem Pesquisador FAPESP para estudos em condições operacionais de catalisadores para a conversão de CO2 na Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru foi aprovado. Em 2023, fui contratado pelo Departamento de Química na mesma faculdade.

A catálise é uma parte encantadora da ciência, mas mais do que isso, é cada oportunidade, cada aperto de mão, cada um desses momentos que compartilhei com vocês. Isso nos permite romper as energias de ativação das barreiras da vida e construir novas ligações.

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