30 08 SBCAT Dr Fernando noticiaIniciei minha trajetória na Catálise em 2010, durante a iniciação científica na área de reforma a vapor para produção de hidrogênio, na Universidade Estadual de Maringá. Ali descobri o que era pesquisa, técnicas de caracterização, discussão de resultados. Era incrível ver como as coisas faziam sentido, como os resultados conversavam entre si (de reação e caracterização). Naquela época, também decidi que iria continuar na Pós-Graduação, e em 2013, iniciei o Mestrado, também na área de Catálise, com a Prof. Nádia Regina, que foi um exemplo e inspiração para mim. Trabalhei durante 18 meses com seleção e caracterização de catalisadores, testando alguns suportes e métodos de síntese também para produção de H2. Após, iniciei o Doutorado e estudamos o mecanismo e ajuste de parâmetros cinéticos para um dos catalisadores anteriormente selecionado.
Logo em sequência, em 2017, comecei a trabalhar na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e continuei atuando na área de pesquisa em produção de hidrogênio, mas com outras matrizes. Desde então, temos trabalhado em cooperação técnica com empresas da região, buscando desenvolver a pesquisa com transferência da tecnologia.
No início do meu trabalho enquanto Professor/Pesquisador (e não mais como discente) percebi o quão difícil era montar uma estrutura de laboratório. Mas, aos poucos, com muitos ajustes e adaptações que todos nós da Catálise precisamos aprender, conseguimos montar uma estrutura que permitia, a priori, avaliar sistemas catalíticos mais simples. Porém, mesmo com tais obstáculos, acredito que meu objetivo principal ali foi atingido: cativar novos alunos e mostrar a importância do que ali fazíamos.
Assim como diversas áreas da pesquisa, enfrentamos tais dificuldades na Catálise, muitas vezes por falta de recursos que nos impossibilitam de aprofundar técnicas analíticas e análises sofisticadas, mas ainda assim persistimos. Apesar disso, a curiosidade em entender algo que acontece em um sistema catalítico, o qual de certa forma ajudamos a construir (seja através de uma síntese ou adaptação de um reator) nos motiva. Hoje, sendo Professor e orientador, percebo que aquele mesmo encanto que um dia surgiu no garoto de 20 anos, acontece com meus alunos.
Mais recentemente, tive a oportunidade de realizar um estágio de Pós-Doutorado no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, Sírius/CNPEM, e destaco a possibilidade de muitos pesquisadores e entusiastas também se aplicarem lá. Para nós da Catálise, estudar os fenômenos estruturais e de superfície que ocorrem durante as reações químicas é extremamente importante, e no LNLS a Catálise tem total possibilidade de estar inserida. Poder compartilhar a experiências e aprendizado deste período com meus orientandos, e novamente, motivá-los a investigar mais e mais as suas respectivas pesquisas, valerá a pena o esforço.
Também devo aqui destacar que acho incrível trabalhar na área de Catálise e estar inserido em diversos grupos de catalíticos em várias regiões do país. Participei dos eventos Regionais e Brasileiros de Catálise, e fiz amizades na qual colaboramos até hoje (e tudo indica que continuaremos). Os catalíticos são superanimados, empolgados e visionários, na minha opinião. Veêm oportunidade em todos os problemas que surgem!
Nessa trajetória, após 14 anos de trabalho na área, tive a oportunidade, através do convite de amigas também da área de Catálise, em atuar na Coordenação da Regional 3. Durante este período, tive uma visão melhor ainda sobre o que é estar neste grupo, e como as pessoas estão interessadas em apoiar uns aos outros. Isso é muito importante, novamente, devido às dificuldades que temos na área.
Somos importantes enquanto Catalíticos, pois desenvolvemos muitos processos que permitiram a sociedade evoluir, e continuamos contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, meio ambiente e sustentabilidade. Desejo que nossas futuras gerações tenham a possibilidade de conhecer e continuar trabalhando nesta área!

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