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23 09 SBCAT Glaucio noticiaNatural de Medianeira, no oeste do Paraná, frequentei a escola pública. Durante parte do meu tempo, acompanhava meu pai em sua oficina mecânica, (Mecânica do Neguinho). Minha curiosidade despertou ao perceber a harmonia entre o ar e os combustíveis, onde uma sutil centelha orquestra processos químicos e termoquímicos, impulsionando-os como um maestro conduzindo uma sinfonia.

Incentivado por minha mãe, ingressei no curso de Tecnologia em Biocombustíveis na UFPR-Setor Palotina em 2009. Em 2010, iniciei a iniciação científica sob orientação da Prof. Dra. M. C. Milinsk e com a Prof. Dra. A. F. de Oliveira. Em 2013, participei de um intercâmbio na UNNE, Argentina, onde conheci o grupo LEMyP por meio da Prof. Dra. N. M. Peruchena e a Prof. Dra. M. F. Zalazar, que influenciaram meu interesse por sistemas zeolíticos. Ao longo desse caminho, pude vislumbrar o impacto das pesquisas teóricas em nível fundamental para processos catalíticos e entender o importante papel do grupo de pesquisa na formação de recursos humanos.

Encantado e motivado pela combinação de cálculos teóricos e análises experimentais sobre sistemas zeolíticos voltei ao Brasil finalizando minha graduação. Em 2014 iniciei o mestrado em Eng. em Energia na Agricultura, na UNIOESTE, sob orientação do Prof. Dr. C. A. Lindino e da Dra. M. F. Zalazar. Nesse período formalizamos importantes colaborações Brasil-Argentina, e com o grupo de pesquisa do Prof. Dr. P. R. S. Bittencourt e Prof. Dra. M. B. Costa (UTFPR-MD/LATECOM). Essas colaborações deram início a uma nova linha de pesquisa teórica volta para conversão de biomassa. Em 2015, vi uma palestra da Prof. Dra. S. Pergher em Bahia Blanca, Argentina, que me inspirou a buscar novos grupos de catálise. Em 2017 iniciei o doutorado em Eng. Química, na UEM sob orientação do Prof. Dr. P. A Arroyo e entrei na Sociedade Brasileira de Catálise, recebendo o Prêmio Arrhenius em sua primeira edição das mãos do saudoso Prof. Dr. V. T. da Silva (in memoriam).

Em meu doutorado pesquisamos a reatividade de diferentes tipos de zeólitas ácidas na esterificação de ácidos carboxílicos com objetivo de desbravar os mecanismos de reações em ambientes confinados. Assim, tive a oportunidade de viajar entre as poesias e trabalhos do prof. Dr. E. Falabella e Prof. Dr. C. J. A. Mota, indo para a luz síncotron (UVX, hoje Sirius) com Dra. C. Rodella, descobrindo a valorização de biomassa com o Prof. Dr. L. A. S do Nascimento, indo mais ao nordeste com as análises térmicas do grupo LACAM liderado pelo Prof. Dr. V. P. S. Caldeira e chegando ao LABPMOL com a Prof. Dra. S. Pergher, voltando ao sudeste nos incríveis debates do uso do BET com Prof. Dr. D. Cardoso, mergulhei na fascinante arte da espectroscopia IV com a Prof. Dra. H. O. Pastore na UNICAMP e com os argentinos Prof. Dr. S. Collins e a Prof. Dra. M. Bosco no INTEC, e por fim finalizei minhas trilhas da catálise no sul, onde conheci brilhantes pesquisadores.

Em 2022, iniciei meu pós-doutorado na UTFPR-MD/PTI em Medianeira, no grupo AGRILAB, sob supervisão do Prof. Dr. C. L. Bazzi. Em 2023, migrei para o grupo GRIMAF na UNILA, pesquisando novos materiais funcionalizados para produção e armazenamento de H2, sob a orientação da Prof. Dra. J. Padilha.

Fazer parte da família SBCat foi fundamental para superar várias barreiras de ativação, catalisar inúmeras amizades e colaborações, além de conquistar alguns prêmios. No entanto, dois aspectos se destacam com especiais significados: viver essa trajetória e catalisar o amor da minha vida.

Aos jovens pesquisadores, quero transmitir a mensagem de que não devem temer perseguir a felicidade, mas é essencial busca-la com estratégia, especialmente no desafiador caminho da catálise. Lembrem-se de que nunca estão sozinhos, e o Brasil oferece vastas oportunidades. Não hesitem em viajar, se necessário. Sejam autênticos em todas as circunstâncias, pois cada desafio traz consigo uma lição para catalisar o lado positivo da vida, vislumbrando sempre um futuro promissor.

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