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Nasci em 15 de agosto de 1987 em Poço das Antas, uma cidade de colonização alemã do interior gaúcho. Descendente de alemães, cresci imerso nesta cultura, com o dialeto Hunsrückisch sendo o primeiro idioma que aprendi. Durante o ensino fundamental e médio, fui cultivando um interesse crescente pelas ciências exatas, o que me levou a optar pelo curso de Engenharia Química.
Em 2005, ingressei no curso de Engenharia Química da UFSM. A universidade foi um ambiente motivador para meus estudos, onde conheci pessoas de diversas regiões do Brasil. Fui aluno de Iniciação Científica (IC) no Laboratório de Química Industrial e Ambiental (LAQIA), onde desenvolvi atividades de pesquisa em Química Analítica, focando na determinação de elementos e compostos em amostras e no desenvolvimento de metodologias instrumentais. Também realizei IC no Laboratório de Recursos de Energias Renováveis (LRER) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o que me despertou para questões ambientais, como a poluição atmosférica e seus impactos na saúde e no clima.
Ao fim da graduação, decidi seguir na vida acadêmica, com o desejo de me tornar professor universitário. Inscrevi-me em dois programas de mestrado: Meteorologia no INPE e no Programa de Engenharia Química (PEQ) da COPPE/UFRJ. Optei pelo PEQ.
Chegou o tão aguardado dia da minha partida para o Rio de Janeiro, um lugar totalmente novo e desconhecido para mim. Lembro-me de que estava ansioso e cheio de expectativas. Cheguei na Cidade Maravilhosa no auge do Carnaval. A sensação de estar ali, naquela cidade vibrante, foi indescritível.
Ao ingressar no PEQ, fiquei particularmente fascinado pela pesquisa do Prof. Martin Schmal, que se dedicava à área de catálise heterogênea. Foi nesse momento que ingressei no Núcleo de Catálise (NUCAT), um laboratório de excelência reconhecido no Brasil e no exterior. A infraestrutura do NUCAT me impressionou, e o corpo técnico, composto por profissionais altamente qualificados, contribuiu ainda mais para o meu crescimento.
No PEQ, realizei tanto o mestrado quanto o doutorado em Catálise Heterogênea, e tive a coorientação do professor Fábio Souza Toniolo. Durante o mestrado, minha pesquisa focou no desenvolvimento de catalisadores à base de perovskitas suportadas em monolitos para produção de hidrogênio por oxidação parcial do metano. No doutorado, meu foco foi a preparação de óxidos mistos para a remoção dos gases poluentes NO e CO, um trabalho que teve grande importância para o meu amadurecimento como pesquisador.
Após a defesa do doutorado, decidi realizar um pós-doutorado no Laboratório de Tecnologia Enzimática da UERJ, com foco na degradação enzimática do PET, orientado pela Profa. Marta Antunes Pereira Langone. Durante esse período, trabalhei em um projeto financiado pela Petrobras.
Em 2016, fui aprovado no concurso para professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Pato Branco, onde iniciei minha carreira docente. Minhas aulas abrangem disciplinas como Operações Unitárias, Controle da Poluição Industrial e Processos Industriais Orgânicos, tanto para graduação quanto para pós-graduação. Me apaixonei pela docência e tive o privilégio de ser homenageado pelos formandos em várias ocasiões.
Na UTFPR, sou orientador de trabalhos de IC, TCC, mestrado e doutorado. Minha principal linha de pesquisa segue sendo a Catálise Heterogênea, com foco em temas como descontaminação fotocatalítica de águas, redução seletiva de NOx, produção de hidrogênio de baixo carbono e biodiesel, além do desenvolvimento de nanopartículas magnéticas para hipertermia magnética.
Em 2025, tornei-me Pesquisador Colaborador no Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), onde atuo no Laboratório de Pesquisa e Inovação em Processos Catalíticos (LaPCat), desenvolvendo catalisadores inovadores para a transição energética, com ênfase na produção sustentável de hidrogênio e valorização de CO2 em produtos químicos de alto valor.
Ao contrário de muitos dos meus colegas pesquisadores — químicos e catalíticos — não fui uma criança encantada pela ciência, nem tão curiosa em entender como as coisas funcionam. Sempre fui mais amante da família, da natureza, das plantas, e dos animais. Um tanto indeciso, optei pela Química — muito mais por afinidade com a área e pela vontade de iniciar logo um curso superior do que por paixão. Foi apenas durante a graduação e pós-graduação, no Instituto de Química da UNICAMP, que fui me encantando pela área — e, principalmente, pela vida acadêmica e tudo que dela deriva: da pesquisa à docência, passando também pela atuação administrativa.
Minha jornada começou com um mergulho profundo na Química Inorgânica e na Físico-Química, áreas que sempre me atraíram, com foco em Ciência de Materiais. Durante a iniciação científica e o mestrado, no grupo da Profa. Heloise Pastore, a Lolly, tive a oportunidade de preparar e investigar catalisadores sólidos — como zeólitas e peneiras moleculares — e me fascinei pela complexidade das superfícies catalíticas e em como pequenos ajustes estruturais podem transformar completamente as suas propriedades.
O mergulho definitivo na catálise veio no doutorado, no grupo da Profa. Daniela Zanchet, onde trabalhei com catalisadores óxidos e suportados, estudando os fundamentos que conectam propriedades de superfície e mecanismos de reação — envolvendo catálise ácida, metálica e bifuncional. Trabalhei intensamente com reações modelo para valorização da biomassa, e acompanhei de perto colegas atuando com hidrogenação de CO₂, deslocamento gás-água, reforma, entre outras. Foi a minha maior escola. Durante o doutorado, tive a oportunidade de fazer um estágio no Cardiff Catalysis Institute, no Reino Unido, que ampliou ainda mais minha visão sobre o papel da catálise no desenvolvimento de soluções sustentáveis. Trabalhei com o Dr. Jonathan Bartley, ligado ao grupo do Prof. Graham Hutchings, grande referência na área.
Ainda na pós-graduação, tive o privilégio de me aproximar das técnicas de caracterização avançada com radiação síncrotron, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron — uma verdadeira joia da ciência nacional. Dessa forma, no pós-doutorado, decidi me debruçar sobre esse campo. Hoje, na mesma instituição, atuo com técnicas avançadas de imageamento por raios-X para acompanhar, quase em tempo real, a evolução de catalisadores durante as reações, sob a supervisão do Dr. Florian Meneau. É um privilégio poder trabalhar com ciência de ponta, podendo explorar a catálise de forma destrinchante.
Finalmente, posso dizer que a catálise acabou definindo a minha carreira, e a maneira como quero contribuir com a sociedade enquanto profissional. Ser parte da SBCat é uma maneira de retribuir tudo que essa área tem me proporcionado — e de incentivar outros jovens pesquisadores a trilharem esse caminho, invariavelmente transformador.
Pesquisadora Brasileira com uma trajetória acadëmica e científica baseada em nanocatalisadores. Formada em Química Industrial, iniciou na catálise em 2002 cursando o doutorado em Química na UFRGS sob orientação do Prof. Dr. Jairton Dupont. Sua pesquisa baseou-se na Síntese, caracterização e aplicacão de nanocatalisadores de platina e paládio em reações de hidrogenação. Após realizou pós doutorado na Université Louis Pasteur em Strasbourg na França em 2008-2010. Em 2011 iniciou dcarreira como docente e pesquisadora na Universidade Federal do Rio Grande- FURG, onde desenvolve pesquisa na área de síntese de nanopartículas metálicas aplicadas em reações de hidrogenação e compostos aromáticos e filmes biopoliméricos catalíticos. Sua pesquisa combina nanotecnologia e catálise para o desenvolvimento de materiais sustentáveis e tecnológicos.
Minha descoberta pela Nano-Catálise: Da Curiosidade à Inovação:
Pesquisadora Brasileira, nascida em São Luiz Gonzaga, desde a infäncia tinha interesse pelo mundo científico. Essa curiosidade me levou para a área da química, onde encontrei um mundo de descobertas e inspiração.
Minha relação com a catálise começou durante meu doutorado em química realizado na UFRGS 2002-2006 sob orientação do Prof. Dr. Jairton Dupont. Iniciava-se ali um novo mundo de descobertas e paixão. Fiquei encantada pelas transformações através da catálise, a maneira como as moléculas se transformavam em novos compostos. Nesse estudo, surgiu grande curiosidade utilizando os líquidos iônicos, descobrindo como esses materiais podem controlar não apenas o tamanho e a forma das nanopartículas, mas também o próprio mecanismo da reação. Essa capacidade de ajustar e influenciar processos catalíticos por meio dos líquidos iônicos despertou meu profundo interesse no potencial dos nanomateriais em catálise.
O entusiasmo me levou a buscar um pós-doutorado no exterior, Université Louis Pasteur 2006-2007, na síntese e aplicação de compostos organometálicos à base de irídio e ródio. Essa experiência abriu novos horizontes e fortaleceu minha determinação de explorar os processos catalíticos com mais profundidade.
Impulsionada pelo meu interesse pela catálise e pelos nanomateriais, fui contemplada com uma bolsa de pós-doutorado no Brasil pela Petrobrás/UFRGS 2008-2010, com foco na síntese de nanopartículas bimetálicas em Líquidos iönicos para remoção de compostos aromáticos.
Em 2011 iniciei minha trajetória como docente e pesquisadora na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), dando continuidade no desenvolvimento de pesquisa na área de síntese de nanopartículas metálicas aplicadas em reações de hidrogenação e remoção de compostos aromáticos e filmes biopoliméricos catalíticos e antibacterianos. Minha pesquisa combina nanotecnologia e catálise para o desenvolvimento de materiais sustentáveis e tecnológicos para um futuro com tecnologias mais limpas.
Rusi, como gosta de ser chamada, sempre estudou na rede pública de ensino, sua formação acadêmica teve início na Universidade Federal de Roraima (UFRR), sendo posteriormente consolidada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde foram concluídos o bacharelado, o mestrado e o doutorado em Química. Desde a graduação, as atividades de pesquisa foram direcionadas à área de catálise heterogênea, com ênfase na preparação e caracterização de catalisadores metal suportado bem como os superácidos à base de mistura de óxidos, em especial o TiO₂. Esses materiais foram aplicados em reações de isomerização de alcanos e na decomposição catalítica do metano visando à produção de hidrogênio e carbono ordenado, especialmente nanotubos de carbono.
Desde 2008, como docente da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), tem desenvolvido e coordenado projetos que integram a síntese de catalisadores a aplicações em processos ambientalmente sustentáveis, incluindo a conversão de biomassa, valorização de resíduos agroindustriais e produção de insumos com alto valor agregado.
Atualmente, é professora Titular, e lidera um novo eixo de atuação que busca conectar os conhecimentos em catálise e ciência dos materiais ao projeto da Reserva Nacional de Surf da Praia do Francês. Por meio da UFAL e do Instituto Surf Carapeba, iniciativas estão sendo implementadas com foco no desenvolvimento de soluções sustentáveis para a preservação de ecossistemas costeiros e o reaproveitamento de resíduos sólidos locais. Trata-se de uma proposta interdisciplinar que fortalece a atuação da universidade pública na interface entre ciência, meio ambiente e sociedade.
Minha Paixão pela Nano-Catálise: Uma Jornada da Curiosidade à Inovação
Nascido no Paquistão, um país conhecido por sua rica herança cultural, paisagens diversas e tradições profundamente enraizadas, cresci em um ambiente onde a história e a modernidade coexistem. Fui exposto a um contexto que estimulava a curiosidade e a resiliência. Desde cedo, fiquei fascinado pelo mundo natural, sempre ansioso para compreender os princípios fundamentais que regem o universo. Essa curiosidade inata acabou me levando para o campo da química, onde encontrei uma fonte inesgotável de desafios intelectuais e inspiração.
Minha paixão pela catálise começou durante meus estudos de graduação, particularmente quando fui introduzido aos mecanismos de reação em química orgânica e catálise. Fiquei fascinado pela maneira como as moléculas interagem, reagem e se transformam em novos compostos. A complexa dança dos átomos e ligações cativou minha imaginação e aprofundou minha curiosidade sobre o mundo molecular. Esse entusiasmo me levou a buscar um mestrado em química orgânica, no qual concentrei minha pesquisa na hidrogenação de compostos nitro usando catalisadores heterogêneos à base de paládio. Essa experiência abriu novos horizontes para meu pensamento e fortaleceu minha determinação de explorar os processos catalíticos com mais profundidade.
Impulsionado pelo meu crescente interesse pela catálise e pelos nanomateriais, fui contemplado com uma bolsa de doutorado do CNPq para realizar meu doutorado sob a supervisão do Prof. Jairton Dupont no Instituto de Química-Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Brasil. Minha pesquisa de doutorado foi focada na síntese e caracterização de nanomateriais avançados e suas aplicações catalíticas para soluções energéticas sustentáveis, especialmente na oxidação de hidrocarbonetos aeróbicos usando nanopartículas de rutênio e líquidos iônicos. Durante esse estudo, fiquei fascinado pelos líquidos iônicos ao descobrir como esses materiais podem controlar não apenas o tamanho e a forma das nanopartículas, mas também o próprio mecanismo da reação. Essa capacidade de ajustar e influenciar processos catalíticos por meio dos líquidos iônicos despertou meu profundo interesse no potencial dos nanomateriais em catálise.
Após o doutorado, continuei minha trajetória de pesquisa como pós-doutorando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), expandindo meu trabalho sobre nanomateriais avançados e suas aplicações em catálise. Especificamente, trabalhei na síntese controlada de nanopartículas bimetálicas ultrafinas (2-4 nm), incluindo estruturas núcleo-casca e ligas, por meio de métodos químicos. Essas nanopartículas foram empregadas como catalisadores para a hidrogenação seletiva do dióxido de carbono (CO₂) em ácido fórmico e hidrocarbonetos superiores. O controle preciso da composição e morfologia das nanopartículas permitiu um desempenho catalítico aprimorado, fornecendo insights sobre as relações estrutura-atividade, cruciais para o desenvolvimento de catalisadores mais eficientes. Além disso, outro aspecto da minha pesquisa concentrou-se no desenvolvimento de semicondutores híbridos para a geração de combustíveis solares, ampliando ainda mais minha expertise em tecnologias de energia renovável. Esse trabalho reforçou o potencial dos nanocatalisadores na promoção de transformações químicas sustentáveis e energeticamente eficientes.
Posteriormente, integrei o Instituto J. Heyrovský de Química Física, em Praga, República Tcheca, como pesquisador principal. Durante minha atuação nessa instituição, trabalhei no desenvolvimento de materiais inteligentes para a conversão de metano e CO₂ em combustíveis valiosos. Essa pesquisa teve como objetivo enfrentar um dos desafios mais urgentes da ciência energética moderna: a conversão eficiente e seletiva de gases de efeito estufa em combustíveis sustentáveis. Ao integrar nanotecnologia com catálise, minha pesquisa contribuiu para estratégias inovadoras de mitigação das emissões de carbono, ao mesmo tempo em que possibilitou a produção de produtos químicos e fontes de energia de alto valor agregado.
Desde 2022, atuo como professor visitante no Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde minha pesquisa continua focada no desenvolvimento de nanomateriais avançados para a geração de energia e combustíveis. Uma das principais áreas da minha pesquisa atual está centrada na conversão de energia solar em combustíveis, alinhando-se aos esforços globais para o desenvolvimento de fontes de energia limpas e sustentáveis. Meu trabalho envolve o design e a otimização de fotocatalisadores que utilizam a luz solar para conversões químicas eficientes, um campo que possui um enorme potencial para atender à crescente demanda energética mundial.
Minha jornada na nano-catálise tem sido impulsionada por uma curiosidade insaciável e um compromisso com o desenvolvimento de soluções inovadoras para a sustentabilidade energética. Desde minha primeira fascinação com os mecanismos de reação até meu trabalho atual com nanomateriais e catálise, continuo dedicado a expandir os limites da descoberta científica. A interação entre nanotecnologia e catálise continua a inspirar minha pesquisa, e meu objetivo é contribuir para avanços que pavimentem o caminho para um futuro mais limpo e energeticamente eficiente.