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20 04 SBCAT 2020 quemsomos NotíciaPara Sibele Pergher - Presidente da Sociedade Brasileira de Catálise (SBCAT)

Natural de Estiva, Sul de Minas Gerais, vivi meus primeiros anos e cresci na zona rural da cidade, lugar de pessoas de bom coração e alegria sem igual.  Cursei o ensino fundamental e médio no colégio público da cidade. Foi no ensino médio que me apaixonei pela química, adorava todas as aulas da “dona Elizabeth”. Uma pessoa espetacular que nos ensinou muita química, mas além das belezas da química, foi ela quem nos falou da UFLA. Meu interesse pela química já era grande e só aumentou quando fiquei sabendo que havia possibilidade de cursar um curso superior gratuito em uma excelente universidade.

Prestei o vestibular para química na UFLA e fui aprovado. Que sorte ter feito esta escolha! Hoje posso afirmar que foi uma das melhores escolhas que já fiz, sem dúvidas. Me recordo até hoje de meus primeiros dias em Lavras, do hotel que me hospedei e dos amigos, grandes amigos! Quando estava no terceiro período, confesso que estava um pouco desanimado, no começo o curso é bem pesado e temos pouco contato com química na prática. Foi aí que conheci meu grande amigo e ex-orientador, Prof. Luiz Carlos A. de Oliveira. Até hoje me lembro que o prof. Luiz brincava muito com a gente na aula, e a química começou a se tornar bem mais interessante. Me decidi, no final da disciplina vou procurar o prof. Luiz e pedir uma vaga de iniciação científica. Iniciei os trabalhos no grupo do prof. Luiz acompanhando uma aluna de doutorado, que trabalhava com catalisadores para oxidação de quinolina, adorei o trabalho. Neste período publiquei meu primeiro artigo, catalisadores à base de nióbio para oxidação de quinolina!  Foi nesta época que conheci outros grandes amigos, entre eles: o Prof. Guerreiro - UFLA, o Prof. Francisco Guilherme - UFSCAR, entre vários outros.

No período de iniciação científica várias coisas marcantes aconteceram, fui no meu primeiro CBCAT, que aconteceu em Búzios, o Luiz “nos levou”! Nesse CBCAT conheci muitas pessoas importantes, humildes e alegres, dentre eles posso citar aqui nosso eterno amigo, Victor Teixeira, cara que estava sempre alegre. E todo CBCAT é uma alegria imensa rever todos amigos! No ano de 2010 fui contemplado com o prêmio Petrobrás de tecnologia na categoria graduação, quando recebi a notícia estava com o pessoal no laboratório, foi uma festa. O trabalho premiado era relacionado ao desenvolvimento de catalisadores baseados em nióbio para conversão de glicerina em acroleína ou ácido acrílico. Realizei meu mestrado também na UFLA, no ano seguinte. A época do mestrado também foi um ano muito intenso e de muita alegria. Me lembro que tínhamos um time muito legal no laboratório, todos sempre estavam animados, isso deixava o trabalho muito tranquilo.

Após a defesa do mestrado me mudei para Belo Horizonte, para cursar o doutorado em físico-química. Durante o doutorado trabalhei com fotocatalisadores para clivagem da molécula de água, sob a orientação do Prof. José Domingos Fabris e co-orientação do Prof. Luiz C. A. Oliveira. Nessa época conheci outro grande amigo, o Prof. Márcio César Pereira - UFVJM, atualmente temos várias colaborações e sempre saímos para nos divertir, a vida não é só química! Foi durante o doutorado que comecei a lecionar, meu primeiro trabalho foi como professor substituto no CEFET-MG, essa também foi uma época muito importante. Quando comecei a lecionar, percebi que dar aula era algo que eu gostava muito, o contato com os alunos é sempre motivante. Em 2013 fui para San Luis, na Argentina, realizar um período sanduíche na Universidad Nacional de San Luis - UNSL, sob supervisão do Prof. Karin Sapag. Que experiência fantástica, fui extremamente bem recebido e fiz amigos para vida toda na Argentina.

Quando retornei para o Brasil, já estava com a defesa marcada. Defendi meu doutorado em julho e no mesmo mês fui aprovado em concurso para professor adjunto na UFOP. Chegando na UFOP, fui muito bem recebido pelo Prof. Sérgio F. Aquino, e iniciei minhas pesquisas juntamente com um aluno de IC, o Victor, que atualmente está cursando mestrado sob minha orientação. Os trabalhos iniciais desenvolvidos na UFOP foram relacionados a adsorção e fotocatálise. Atualmente o Victor estuda catalisadores baseados em nióbio para conversão de xilose a furfual. Felizmente consegui aprovar projetos de pesquisa junto ao CNPq e FAPEMIG que ajudaram muito no andamento das pesquisas e na montagem de uma estrutura de trabalho. Logo fui credenciado no programa de pós-graduação em química, e comecei a orientar.

Meus primeiros alunos de mestrado foram a Liz Nayibe e o Carlos Bruziquesi (Carlinhos), trabalhos excelentes foram desenvolvidos pelos dois. Em 2017 comecei a orientação de mestrado do aluno André L. D. Lima, que trabalhou com catalisadores baseados em ferro e nióbio para conversão de anilina, merece destaque o trabalho publicado pelo André como capa do periódico New Journal of Chemistry. Atualmente André cursa o doutorado sob minha orientação. Em 2019, para minha surpresa e alegria, fui contemplado com o prêmio “jovem pesquisador em catálise” da Sociedade Brasileira de Catálise! Ganhar esse prêmio significou muito para mim, pois se trata de um prêmio de uma sociedade científica extremamente compentente. Além disso, se trata da sociedade científica que tenho grandes amigos e admiração por todos. Atualmente estou desenvolvendo pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de catalisadores para conversão de tioanisol ou furfural.

Aos jovens estudantes gostaria de deixar a seguinte mensagem, do mineiro e educador Rubem Alves.

 “Todo conhecimento começa com o sonho. O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como mestre só posso então lhe dizer uma coisa. Conte-me os seus sonhos para que sonhemos juntos”.

12 04 SBCAT 2020 quemsomos NotíciaInicio lembrando de uma conversa que tive com Sibele, no qual relatávamos que era mais fácil falar de zeólitas do que de nós mesmas. No meu caso a dificuldade aumentou de forma significativa ao ler o relato de tantos colegas pesquisadores da SBCat que me inspiram e me motivam.

Nasci em Martins, Serra do interior do Rio Grande do Norte. Fiz todo o ensino básico em escola pública. Em 2004 ingressei no curso de Química da UERN e por dificuldades financeiras morei o período de graduação em uma residência universitária, sendo esse um dos períodos em que mais aprendi em minha vida, tanto cientificamente como também socialmente. Vivi intensamente minha graduação, participei de projetos e monitorias. Fiz iniciação científica com o prof. Luiz Di Souza, mais voltado para parte de produção de biocombustíveis. Não tive contato com a pesquisa em catálise na graduação, pois na UERN não tinha grupos de pesquisa nessa área. Com o término da graduação tive a certeza que queria seguir a carreira acadêmica, o fato de unir ensino, pesquisa e extensão e poder contribuir na formação de pessoas me encantou e encanta até hoje.

Em 2008 fui fazer mestrado em química na UFRN, não conhecia nenhum professor de lá e sai literalmente batendo nas portas. Foi quando tive contato com o prof. Antônio Araújo, que me aceitou como orientanda e a coorientação de Luiz, sendo que de início não seria para trabalhar com catálise e sim continuar na parte de biocombustíveis avaliando a estabilidade oxidativa. Mas foi nesta etapa que tive o primeiro contato com pesquisas da área de catálise, passava o dia todo na Universidade e isso me fez acompanhar trabalhos de amigos e parceiros do Laboratório de Catálise e Petroquímica, parcerias essas que perduram até os dias atuais. Iniciei a participação em eventos de catálise e fui me encantando e me apaixonando por essa área de pesquisa. Nestes eventos pude conhecer muitos pesquisadores e em especial mulheres que me inspiraram e motivaram com suas pesquisas e trajetórias. Foi nessa época que conheci Vinícius, parceiro do meu primeiro artigo científico internacional, brincamos que a escrita desse artigo teve 100 % de aproveitamento, pois nos rendeu também um namoro, posterior casamento e uma grande parceria científica.

Em 2010 ingressei no doutorado em química na UFRN, com os mesmos orientadores do mestrado, aprofundando os estudos na catálise me dediquei a síntese de materiais mesoporosos com inserção de metais. Nessa época conheci Sibele, Katia, Geraldo Eduardo e muitos outros que são presentes que a catálise me deu. Tive a oportunidade de fazer medidas na Universidad de Málaga e na Universidad Rey Juan Carlos, na Espanha.

No ano de 2010 estávamos em tempos de expansão das Universidades, havendo muitos concursos no nosso país e ao saber que o concurso da UERN seria para mestre fiz a seleção e fui aprovada, retornando à instituição como professora.  Continuei trabalhando com Luiz e lancei a ideia de abrirmos uma linha de pesquisa em catálise, sendo criado o LACAM – Laboratório de Catálise, Ambiente e Materiais. Foram quatro anos de muita dedicação à catálise, pois ao mesmo tempo que seguia meu doutoramento, estava dando aula e criando um grupo de pesquisa na UERN. A Luiz (in memoriam) minha gratidão e reconhecimento por toda participação que teve no meu desenvolvimento científico.  

Após o doutorado vieram os primeiros projetos aprovados. Entrei também como professora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN/UERN), orientando trabalhos voltados para catálise. Desde então são vários estudantes que fizeram ou fazem iniciação científica e mestrado na UERN com a temática em catálise. Ao tempo de amadurecimento científico e que deveria ser um período de expansão para as pesquisas, entramos em um período difícil do nosso país e duro para o jovem pesquisador, pois as oportunidades de fomento são poucas, mas como fala a música “Apesar de você amanhã há de ser outro dia”.

Para fechar, sinto que estou só começando, pretendo continuar nessa caminhada que me faz feliz e realizada, seguirei estudando, aprendendo e buscando as oportunidades com o objetivo de dar minha contribuição na catálise e na formação de novos catalíticos.

29 03 SBCAT 2020 quemsomos Notícia“Quem Somos” Dr. Cristiane B. Rodella – pesquisadora Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que faz parte do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

Eu sou física, mas com o coração de química e engenheira química e grande paixão pela catálise. Fiz graduação em física na USP de São Carlos, pois sempre gostei de exatas eprincipalmente física. No segundo ano de graduação tive a sorte de fazer iniciação científica (IC) no grupo de materiais da IFSC. Enquanto eu misturava e mexia até secar, 5 litros de solução contendo uma dezena de compostos químicas - com intuito de preparar e caracterizar poucas gramas de uma cerâmica supercondutora - eu ouvia dos meus colegas o que era processo Sol-Gel, Xerogel, aerogel, monolitos, método Pechini e porosidade e sonhava com projeto melhor em síntese química.

Um professor visitante do grupo estava à procura de alunos de IC e uma amiga da graduação tinha interesse. Marquei a conversa, fiz as apresentações e fiquei na discussão. Então o professor começou a falar sobre catálise heterogênea, catalisadores ativos e seletivos, área superficial, estrutura cristalina, grupos superficiais e aimportância científica e o impacto industrial que essa área trazia. Então não me contive e gritei: essa bolsa é minha!! Assim começou meu trabalho com o Prof. Ariovaldo Florentino (já falecido) e Profa. Margarida J. Saeki (UNESP-Botucatu) que durou IC, mestrado e doutorado. Porém, em cada etapa o projeto ficava mais ousado na catálise para uma física, então tinha que pedir ajuda.

Assim comecei a interagir com grandes nomes nessa área em São Carlos, a Profa. Elisabete Assaf, o Prof. Dilson Cardoso, Prof. Mansur, Prof. José Maria C. Bueno e a Prof. Clélia M. P. Marques. Foram cursos, discussões, pedidos de análises de TPR, socorro com a minha instalação de reação catalítica e muito aprendizado. No final do doutorado, o Prof. Valmor R.Mastelaro foi contratado no grupo que eu trabalhava na IFSC e passou a ser meu co-orientador. Ele incentivou enviar proposta para o recém-aberto LNLS e eu sem saber onde isso ia dar, aceitei. Chegando lá para os experimentos de XAS, já não queria mais sair.

Terminado o doutorado, fui para mais um desafio na catálise, pós-doc com a Prof. Regina Buffon no IQ-UNICAMP. Lembro que tive que procurar na tabela periódica se o rênio, sítio ativo do meu catalisador, realmente existia, pois nunca tinha ouvido falar. Aprendi a secar reagente, trabalhar com Schlenk, trabalhar com adsorção de piridina para estudar sítios ácidos e é claro, fiz ótimas amizades nos pedidos de socorro com a Prof. Heloise Pastore (Lolly) e o Prof. Ulf Schuchardt e muitos alunos da época.

Passei um ano como pós-doc do grupo do Prof. Oswaldo L. Alves (IQ-UNICAMP) e tenho muito a agradecer ao seu entusiasmo, motivação e as grandes amizades feitas neste grupo. Então apareceu uma vaga para pesquisador em catálise no LNLS para trabalhar em projeto industrial com a Prof. Daniela Zanchet. Apliquei e fui selecionada. Acho que haviaescrito isto “nas estrelas” no dia que fui fazer meu primeiro experimento lá!! Passei por projetos em colaboração com várias indústrias, passando por várias técnicas de caracterização usando luz síncrotrone aprendendo sobre diferentes catalisadores e suas propriedades físicas e químicas.

Após uma grande reestruturação no LNLS, passei a ser pesquisadora e a estar conectada ao grupo de difração de raios X. Nesse momento, decidi trabalhar com catalisadores à base de carbetos de tungstênio para conversão de biomassa. Então minha amiga Dr. Silvia F. Moya alertou, que eu tinha que conhecer e colaborar com o Prof. Victor Teixeira (saudoso) do PEQ-NUCAT-UFRJ. Após um email, já estava co-orientando alunos, fazendo projetos em parceiras e indo frequentemente à UFRJ para reuniões e bancas. Assim fui apresentada a Dora, a Luciana, a Sibele e mais tarde a Katia (diretoria feminina da SBCat), entre muitos outros pesquisadores e alunos que tive o prazer de conhecer e interagir.

Passei a ser líder do grupo de XRD, coordenar a linha XPD do Sirius e ao mesmo tempo trabalhando com catalisadores para conversão de biomassa. Porém, ficava cada vez mais claro que a minha atuação direta, na síntese de catalisadores e reações catalíticas, estava além da minha competência de coração na química e na engenharia química. Além disso, as oportunidades e demandas para o desenvolvimento de instrumentação para experimentos in situ e operando de catálise no LNLS, cresciam e me atraiam cada vez mais. Assim fui fechando uma porta e abrindo outra, bem mais confortável e factívelcom meu trabalho dentro do LNLS.

Nesse contexto, o Sirius (fonte de luz síncrotron de 4a geração) também foi se materializando e ficando cada vez mais evidente a mudança de paradigma na interação e atuação dos usuários da catálise com o Siriusque teria (terá) que acontecer. Além, de se abrir diante de mim um “universo” de oportunidades de novos e desafiadores projetos científicos para a catálise nessa fonte de luz síncrotron poderosa e de ponta. Agora então, tenho o melhor emprego em ciência, segundo meu ponto de vista, pois estudo constantemente sobre novas técnicas de caracterização usando fontes de luz como o Sirius, pesquiso sobre os desafios e oportunidades em instrumentação para experimentos in situ e operando para a catálise e outros materiais funcionais. Aplico estes conhecimentos na montagem da estação que irei coordenar no Sirius (Paineira – Powder X-rayDiffraction). Expando estes conhecimentos para outras linhas de luz do Sirius, principalmente as da divisão científica que faço parte, Divisão de Materiais Hierárquicos e Heterogêneos (DMH).

Finalizo meu texto do “Quem Somos” com o melhor de tudo na minha trajetória científica.Tenho o privilégio de atender a comunidade de catálise brasileira, como usuários, colaboradores, visitantes, curiosos, alunos e amigos. Nestes 15 anos de LNLS, já estou na terceira geração de catalíticos, ou seja, do aluno, do aluno do professor. Todos fizeram e fazem o que sou na ciência e na catálise e sou muito feliz!

16 03 SBCAT LuizCarlos NotíciaA Catálise quase que se confunde com minha vida profissional. Desde o curso técnico, nas matérias sobre processos petroquímicos, eu sonhava aprofundar naquela área. Algo me atraía e eu nem sonhava ainda que eram processos catalíticos na maior parte das etapas. Na graduação, os primeiros trabalhos foram com catálise ambiental. Hoje desenvolvo pesquisas quase sempre ligadas à catálise ou que foram inspiradas nela. Além disso, grandes amigos e pessoas que sou admirador foram trazidas pela catálise. Ah, a minha esposa também (rsrs). As pessoas são tantas que poderia cometer uma injustiça e esquecer alguém, mas não poderia deixar de falar do meus mestres Rochel e Fabris e da Sibele Pergher, que me deu meu primeiro emprego na URI-Erechim. Obrigado.

Atualmente sou professor Titular da UFMG e desenvolvo pesquisas em Química Ambiental e Desenvolvimento de Novos Materiais, principalmente nos seguintes temas: compostos nanoestruturados de nióbio, carvão ativado, óxido de ferro, catálise, adsorção e catálise.

Tenho me dedicado a trabalhos com empresas visando a transferencia de tecnologias, sendo que 20 patentes foram depositadas junto ao INPI. O processo descrito por uma das patentes foi licenciada pela empresa Verti Ecotecnologias (BR1320150067-6), sendo já testada em escala piloto e realizado um estudo de viabilidade técnica e econômica. Um segundo processo foi feito pedido de patente internacional com a Petrobras (PCT/BR2012/000115). STARTUP. Duas empresas (Fertilitatis Innovatio e Nanonib Nanotecnologia) foram geradas a partir de pesquisas desenvolvidas sob minha coordenação na UFMG, em parcerias com investidores privados.

Sou sócio da Startup NANONIB - Nanotecnologia e Inovação em Nióbio localizada no Parque Tecnológico de BH, empresa criada para explorar a tecnologia gerada durante a pesquisa na UFMG. A tecnologia trata da produção de uma nova molécula empregando compostos de nióbio comerciais. Essa molécula apresentou excelente capacidade na eliminação do coronavírus em superfícies, inclusive a pele. Além disso, diferente de outros produtos no mercado, a tecnologia não emprega álcool e protege a superfície por 48h. O produto comercial foi batizado de INNIB-41 e aguarda a liberação da Anvisa para a produção comercial. É importante ressaltar que já temos entendimentos com grandes distribuidores nacionais para a comercialização do produto, que acreditamos poderá ser mais uma opção ajudar no combate ao coronavírus. O valor do produto permitirá acesso às classes sociais mais baixas.

Fui convidado a ser sócio da empresa Fertilitatis Innovatio que trata de reciclagem de um resíduo industrial para produzir compostos com alto valor agregado para a agroindústria. A empresa está em fase de montagem e os investimentos já realizados por empresários do setor.

22 03 SBCAT MariaAuxiliadora NotíciaQuem sou eu? Sinceramente, ainda não descobri e nunca parei para pensar sobre isso. Fui simplesmente seguindo o curso das águas. Nasci no Rio de Janeiro, mas não sou carioca tão da gema assim. Gosto de dias bonitos, mas não suporto calor kkk. A química entrou na minha vida por acaso pois queria fazer um segundo grau profissionalizante e perto de casa. Daí, ou cursava formação de professores (antigo normal) ou técnico em química. Como sempre gostei mais de exatas, não tenho habilidade com trabalhos manuais, escolhi a química e me identifiquei.

Foram anos intensos e de muito estudo, mas ao fazer um teste vocacional, no último ano e antes do vestibular, o resultado foi “Comunicação”. Comprei o caderno de inscrição para o vestibular unificado, preenchi para tentar comunicação e sem pensar, mas a noite acordei nervosa e chorando, não era isso que eu queria realmente e acordei meu pai que com toda calma disse que compraria outro caderno e que eu escutasse o meu coração (na verdade minha mente) e escolhesse o curso que me realizasse como profissional e me fizesse mais feliz. Escolhi Engenharia Química e foi minha irmã que achou o meu número no jornal aprovada para a UFRJ. A primeira vez que entrei no campus do Fundão me senti uma formiguinha naquela imensidão. Hoje o CT é uma extensão da minha casa e, desde 1982 acho que passei mais tempo por lá do que em casa.

Entrei no mesmo semestre que o Victor Teixeira e o Fábio Bellot mas a amizade só veio mesmo durante a pós graduação no Programa de Engenharia Química da COPPE. Fiz iniciação científica no LADEQ/EQ com o Professor Ricardo Medronho e quando ele me levou ao porão do PEQ para conhecer eu pensei com meus botões que nunca trabalharia naquele lugar. Paguei a língua e passei uma vida naquele porão e não me arrependo pois foram anos de muito conhecimento, amizade, lágrimas e alegria. Meu estágio foi realizado no INT, na área de polímeros e a catálise só entrou na minha vida durante os créditos do mestrado quando o Professor Martin Schmal, ao dar o curso de cinética, falava com paixão da catálise e convencia qualquer aluno, ainda indeciso, como era o meu caso, a seguir por esse caminho.

Quando terminamos os créditos, em 1987, ele conseguiu inscrições para irmos ao Seminário Brasileiro de Catálise, em Canela/RS. Eu e mais 3 amigos, entre eles o Bellot que já estava decidido desde sempre, topamos ir. Foi meu primeiro encontro de catálise e também paixão à primeira vista. Palestras de alto nível e em um ambiente acolhedor e familiar, mesmo com as discussões acirradas durante as apresentações. Fui integrada ao grupo do NUCAT (ainda RCA), presente no evento, mesmo sem ter uma decisão final sobre a área da minha dissertação, e começou ali as minhas sessões de fotos dos Congressos de Catálise. Voltei com a decisão tomada e apaixonada por aquele ambiente, ciência de qualidade com alegria e amizade. Claro que tem divergências, mas qual família não tem? Fiz meu mestrado na área de desativação de catalisadores de HDT sob a orientação do Professor Schmal, que me ensinou a ter persistência e paixão pelo trabalho, e pelo Professor Roger Frety, com quem aprendi que todo resultado é importante desde que compreendido e explicado. Naquela época fui convidada pelo Schmal e pelo Frety a integrar a equipe de um projeto com a Salgema, em paralelo a minha dissertação, mas em tema similar, e isso foi excelente para minha formação já que transitava entre estudos fundamentais e uma visão prática de aplicação em condições reais. Nessa época tivemos que montar uma unidade do zero e tive a ajuda do Químico Antonio Jose de Almeida (Macarrão) que foi essencial para o desenvolvimento da minha tese e do projeto e nasceu aí uma parceria de trabalho que dura até hoje, além de toda a equipe do NUCAT, fundamental para o sucesso de qualquer trabalho do grupo. Terminei o mestrado e iniciei o doutorado em seguida, sob a orientação do Professor Schmal e agora na área de catálise ambiental. Novamente, desenvolvi minha tese e em paralelo fiz parte da equipe de projetos na área ambiental.

Essa rotina sempre com adrenalina lá em cima foi um desafio e apaixonante, apesar de muitas vezes desgastante. Como nunca fui de programar as coisas, mas seguir o curso das águas, assim que terminei o doutorado Schmal me convidou para continuar trabalhando com ele nos projetos. Inicialmente como bolsista e depois fui contratada como pesquisadora pela Fundação Coppetec. Foram mais de 20 anos de parceria tanto em projetos como na orientação de alunos. Trabalho produtivo e, também, com divergências que fazem parte do crescimento pessoal de todo ser humano. Como pesquisadora continuei a pareceria com o Victor Teixeira (meu amigo e irmão de coração) também em diversos projetos e dividindo algumas orientações. Por focar minha história profissional em projetos Universidade/Empresa transitei por várias áreas como HDT, Catálise ambiental, produção de hidrogênio, polimerização, desativação de catalisadores FCC, controle de emissões DeNOx/DeSOx e Fischer-Tropsch (que caiu de paraquedas nos meus ombros e se tornou mais uma paixão).

Trabalhar em projetos com foco nos testes de avaliação me fez permanecer quase que a totalidade do tempo nos laboratórios do NUCAT e, como consequência natural, acabei auxiliando em várias teses, mesmo as que eu não tinha uma pareceria direta. Essa troca foi fundamental para o meu crescimento profissional e, principalmente, como ser humano. Ajudei e aprendi muito. Como não existia a barreira formal de hierarquia a troca de experiências fluía naturalmente. São tantas pessoas que passaram por ali que eu seria injusta em citar nomes pois esqueceria alguns. Tenho amigos de verdade de todas as idades e gerações diferentes e como é bom encontrá-los nos congressos da vida e sentir que a amizade ainda é a mesma. Além dos laboratórios, a copa é um local fundamental para o desenvolvimento de qualquer trabalho. Durante um simples café a gente muda uma tese, discute resultados, chora, ri, levanta o astral e continua a jornada. Tenho carinho por todos os que passaram e os que continuam fazendo parte da minha vida. Fui madrinha de casamentos, testemunha de romances, madrinha de batismo (Nathalie já está uma moça linda e é meu orgulho). Ciência de qualidade em um ambiente familiar. Isso é que me dá força para continuar, mesmo diante de adversidades. Com o falecimento precoce do Victor, uma pessoa foi fundamental para eu continuar minha jornada, foi a professora Lídia Chaloub (obrigada de coração pelos conselhos em um momento tão delicado) e segui minha jornada junto com a Professora Vera Martins Salim, que o tempo e as circunstâncias estreitaram os laços profissionais e de amizade. Tenho muito orgulho de pertencer ao grupo do NUCAT e ao ver, atualmente, novas lideranças despontando, me dá a certeza da continuidade de um trabalho fecundo, conjunto e de muito sucesso.

Após aquele primeiro Seminário de Catálise em 1987 eu passei a tirar fotos em todas as edições posteriores e acho que muita gente me conhece como a fotógrafa ‘louca” contatada pela SBCat que fica tirando foto das mesas e que a grande maioria nunca tem acesso. Passei a integrar a Sociedade mais efetivamente quando o Professor Dilson Cardoso me convidou para assumir a subsecretaria de comunicação. A ideia dele era movimentar a sociedade com boletins periódicos. Como tudo era muito limitado na época eu consegui colocar a logo no corpo do meu e-mail e assim nasceu o Informativo SBCat. Muita coisa mudou, novas diretorias, mas eu continuava lá com os Informativos SBCat. Em 2011, Marco Fraga me convidou para compor uma chapa para a regional 2 como secretária de cursos, publicações, informativos e eventos. Trabalhamos juntos por 2 mandatos, junto com Fátima Zotin, Lisiane e Morgado voltamos a promover cursos e colocamos a regional nas redes sociais, criando a página no facebook. Continuei na regional até 2019, agora sob a supervisão do Claudio Mota, quando a Sibele me convidou para integrar a chapa da SBCat em 2019, representando a regional 2. Aceitei, inicialmente, como uma homenagem ao Victor mas a o que seria uma parceria profissional se tornou uma grande amizade. Hoje somos um quarteto (Sibele, Katia, Cris e eu), ou melhor, um quinteto porque Lu é nosso braço direito e esquerdo kkk, de amigas que vibram com cada postagem ou evento da Sociedade. Professor Dilson não sei se é isso que você imaginou, mas sempre lembro de você quando movimentamos a página e as redes sociais.

Quem sou eu? Sou a Maria para o pessoal da padaria e do telemarketing, sou Auxiliadora para minha mãe, Dora ou Dorinha para os amigos e familiares, M. A. S. Baldanza nos artigos, a doida que tira fotos nos CBCats e vai de mesa em mesa mesmo sem conhecer algumas pessoas kkk, sou alguém ainda pelo caminho ensinando e aprendendo para um dia, quem sabe, encontrar essa resposta.

Um dica: façam tudo na vida, mesmo as mais trabalhosas e rotineiras, com paixão.

Termino com trechos do poema “A idade de ser feliz” que mostra como estou encarando a vida atualmente.

Existe somente uma idade para a gente ser feliz
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo nem culpa de sentir prazerEssa idade, tão fugaz na vida da gente,
chama-se presente,
e tem apenas a duração do instante que passa ...
... doce pássaro do aqui e agora
que quando se dá por ele já partiu para nunca mais!

Geraldo Eustáquio de Souza

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